Exploradores do XVIII e do 602 recriam primeiro acampamento em Gebelim


WP_20160617_15_44_46_ProNo passado fim de semana, o Santuário de São Bernardino de Sena, em Gebelim, concelho de Alfândega da Fé, serviu de cenário para mais de duas dezenas de exploradores dos Agrupamentos XVIII de Bragança e 602 de Macedo de Cavaleiros recriarem o primeiro acampamento escutista realizado na ilha de Brownsea em 1907.

Os de Bragança, pelas 07h30 da manhã já estavam ansiosos por partir na estação rodoviária. Às 08h35, na paragem, em Macedo de Cavaleiros lá estava o Chefe Armando à espera fazendo as honras da casa e indicando o caminho para a sede dos escuteiros, o ponto de encontro dos participantes.

a1Aí chegados, procedeu-se à apresentação de cumprimentos e à organização e distribuição do pessoal e do material a transportar rumo a Gebelim. O material foi de carrinha e a expedição foi na “Carreira”.

Apeados no cruzamento, a 5 kms de Gebelim, e depois de um reforço alimentar, a expedição, de mochila às costas lá abalou encosta acima pela Serra de Bornes. Seria o primeiro raide do dia e a primeira aventura para alguns dos participantes. Valeu o esforço pois até os mais novos se aguentaram bem e ninguém ficou para trás!

WP_20160617_14_30_54a_ProChegados ao Santuário, foi tempo de descansar, almoçar e planear a montagem do campo. Durante a tarde, os exploradores vedaram o campo, criaram os sub-campos, montaram as tendas e, com engenho e arte, praticando os conhecimentos adquiridos, realizaram diversas construções como pórticos, oratórios, mesas, despensas e cozinhas, verdadeiras obras de arte muito apreciadas pelos Dirigentes e pelos pais que visitaram o acampamento.

Há hora do jantar, já com tudo operacional, as patrulhas reuniram-se para um belo e repasto em que todos colaboraram apesar de terem cozinheiros, de categoria, designados, chegando mesmo a descobrir novos talentos para a cozinha e não só!…

A chuva também quis dar um ar da sua graça, mas mesmo assim, pelas 21h30, deu-se início ao raide noturno pela Serra. Cada patrulha, partindo com diferença de 15 minutos das restantes, fez-se ao caminho, seguindo os sinais de pista, passando por uma antiga casa do guarda e pela aldeia tendo que, pelo meio, descobrir e descodificar algumas mensagens escondidas.

Como nada mete medo aos exploradores, a missão foi cumprida tranquilamente e contam os relatos que se ouviram, mas não se viram, alguns animais autóctones. No entanto, só os mais observadores conseguiram ver um pirilampo a brilhar junto a um esconderijo de uma das mensagens.

No regresso ao acampamento, com o frio a apertar, a expedição bem teve que apertar o passo para chegar cedo e aconchegar-se nas tendas e passar bem essa noite agreste.

Com o verão a chegar, e a maior altitude, amanheceu temprano com o sol a bater muito cedo nas tendas acordando, de mansinho, o pessoal. Contudo, os horários foram respeitados e um após um, lá se levantaram todos, trataram do asseio matinal e lá se prontificaram e apresentaram à hora na formatura.

WP_20160617_18_31_28_ProTanto os Guias como os outros elementos das patrulhas Lobo, Corvo, Maçarico e Touro estiveram à altura dos desafios. Tarefa após tarefa, jogo após jogo, denotaram muita responsabilidade e vontade de fazer mais e melhor, de trabalhar em equipa e de cumprir.

Contando com o imaginário da recriação do primeiro acampamento escutista, no concurso de culinária, conseguiram superar-se! O júri, constituído pelos Dirigentes, delirou deliciando-se com as especialidades apresentadas, o que baralhou e dificultou a escolha da melhor ementa. Ficou a ganhar a expedição com os talentos e com a variedade de ementas apresentadas que deu para todos degustarem, repetirem e chorar por mais.

De tarde, foi tempo de sortear equipas e jogos, salientando-se a valentia dos participantes superando o medo de alturas e vertigens, participando em diferentes jogos de conhecimentos e de destreza individual e de equipa destacando o de primeiros socorros e o fantástico e divertido jogo do peru louco. WP_20160618_17_23_29_Pro

Depois de mais uma excelente refeição ao jantar, foi concedido tempo livre para terminar de executar algumas das tarefas pendentes, para conviver e para preparar a dinamização do fogo de conselho.

Por volta das 22h30, as patrulhas em formatura, junto à capela, receberam os resultados das suas prestações nos diferentes jogos e tarefas realizados. Se bem que todos deram o seu melhor, a patrulha Corvo, constituída por menos elementos que as outras, liderada pela Sara Rocha, com a Jessica, o Rodrigo, a Marta e o João Monteiro, destacou-se arrebatando o primeiro lugar nas provas e obtendo como prémio um crachá de B.P. Justo!

Seguidamente, e após os efusivos cumprimentos aos vencedores, deu-se início ao fogo de conselho. Mas, eis que o cansaço acumulado do esforço dispendido nas provas e com o calor do dia a ajudar ao desgaste de energias, logo alguns elementos solicitaram permissão para recolher às tendas. Valeu a energia dos Dirigentes e algumas histórias e anedotas à mistura para contagiar a malta, e com o ritmo lá participaram todos, noite fora cantarolando, dançando, celebrando e partilhando o momento e a amizade.

De referir que a noite foi serena e tranquila não fossem as travessuras do “Scout”, o gato adotado a fazer tropelias em busca de algum resto de comida.

Na manhã de domingo, após a alvorada, a formatura e o pequeno almoço, procedeu-se à limpeza do campo e à preparação do almoço. Pelas 10h30 formados atrás das bandeiras, partiu a expedição rumo a Gebelim para participar na missa dominical que ocorreu pelas 11h30 na igreja paroquial. No final da missa, o Senhor Padre Nelson, na parte dos avisos, informou que pelas 14h30, aberta à população em geral, no centro da aldeia, teria lugar uma guerra de balões de água, para surpresa e gáudio, sobretudo da juventude presente.

Foi o delírio total!

Depois do almoço no coreto, distribuídos por patrulhas e balões lá decorreu uma sessão de molha entre todos refrescando-se bem do calor sentido. Foi muito participada culminando numa chuva de rebuçados para os mais atentos e gulosos. Uma festa! O melhor foi a molha dada aos Chefes. WP_20160619_12_18_15_Pro

Depois foi o regresso ao acampamento para começar a arrumar as coisas e o reencontro com os pais para verem o que de bom se fez e construiu no campo.

Um agradecimento às entidades envolvidas e aos pais, nas pessoas do casal Caldeira e o Carlos, que foram inexcedíveis no apoio à atividade culminando com uma churrascada no recinto e grande convívio entre todos.

Ficou a esperança e a promessa de voltar em breve.

Veja também o vídeo: Expedição Gebelim 2016