Portugueses e Espanhóis fizeram a Travessia!


“Agora o CNE e o MSC já têm uma tradição de atividades conjuntas (…)”, Daniel Menendez

Escuteiros acompanham a imagem de Nossa Senhora pelas ruas de Miranda do Douro.
Escuteiros acompanham a imagem de Nossa Senhora pelas ruas de Miranda do Douro.

A Travessia é uma atividade que visa essencialmente o trabalho conjunto entre dirigentes portugueses e espanhóis e foi assente nesta premissa que se construiu todo o fim de semana.

A Travessia tem sofrido algumas alterações desde o início do projeto e esse desenvolvimento é destacado por alguns dos participantes. “Esta é já a minha quarta Travessia. Nas primeiras Travessias as pessoas vinham com muito receio da questão do idioma, não conheciam a forma como trabalhavam as duas associações. Era mais uma atividade que não tinha muitos resultados. Agora o CNE e o MSC já têm uma tradição de atividades conjuntas e consegue fazer-se muito mais debate e partilha de experiências o que torna a atividade muito mais positiva para ambas as associações. Se pudesse dar um input gostaria que o trabalho em equipa se traduzisse em mais ferramentas de trabalho para futuros projetos comuns, algo concreto para os agrupamentos utilizarem”, destacou Daniel Menendez, Scouts d’ Asturies.

A chuva, presença sempre constante, obrigou a que os atelieres, que estavam inicialmente previstos acontecerem ao ar livre, fossem realizados no interior do pavilhão multiusos. Os atelieres tinham como objetivos principais a criação de projetos individuais e de equipa que trabalhassem os objetivos do milénio 2030. A tarde de projetos foi apenas interrompida para uma visita ao museu da cidade.

“Esta atividade permite-nos contactar com outras realidades, percebermos como é que o nosso CNE funciona comparativamente com o MSC. Esta partilha entre dirigentes também faz muita falta. Levo desta Travessia ideias novas e também a certeza de que a minha realidade não está assim tão isolada”, explicou Augusta Martins, Dirigente do Agr. 439, Região de Braga.

No final do dia os participantes foram convidados a participarem na Eucaristia seguida de procissão. CNE e MSC (Movimiento Scout Católico) participaram ativamente na Eucaristia e na procissão que percorreu as ruas da cidade em homenagem a Maria, mãe de Jesus.

A ceia dos povos, um dos momentos já típicos de todas as edições da Travessia, junta, em torno da mesa, dirigentes portugueses e espanhóis que partilham iguarias, danças e costumes. A noite terminou de forma animada ao som de música ibérica.

O domingo amanheceu com uma visita à barragem de Picote. Os autocarros embalavam os participantes por entre estradas estreitas, paisagens verdes e montes escarpados em direção a uma gigante barragem. Engolidos por uma montanha de pedra os participantes visitaram uma barragem dos anos 50 que se apresenta, ainda hoje, como um verdadeiro hino à engenharia.

A cerimónia de encerramento aconteceu num local com grande simbolismo para todos os presentes. E qual melhor lugar do que uma ponte que liga Portugal a Espanha?
O Secretário Internacional do CNE, Joaquim Freitas, e a sua homóloga espanhola, Beatriz Lillo, fizeram questão de agradecer à Região de Bragança representada pelo Chefe Regional, Luís Batista, com um Louvor Nacional pelo acolhimento e em particular ao Agrupamento de Miranda do Douro que foi incansável no apoio que prestou à atividade.

“Esta é a segunda Travessia em que participo. Estive o ano passado em Huelva. Este ano vim para tentar perceber um bocadinho quais seriam as diferenças ou até mesmo se existiriam diferenças de uma organização maioritariamente espanhola para uma organização maioritariamente portuguesa. E posso dizer, desde já, que a organização é fantástica, nota-se um trabalho em conjunto, há mesmo parceria, pensam no mesmo sentido e os objetivos são comuns, independentemente de ser em Portugal ou em Espanha”, sublinhou Augusta Martins.

A Travessia não podia ter terminado de melhor forma, o CNE e o MSC trocaram lembranças e intenções de voltarem a realizar Travessia em 2017.

Texto e Imagem de: Ana Isabel Silva. (in www.flordelis.pt, 29-05-2016)

 

 

 

Travessia 2016: atividade molhada, atividade abençoada!


60 dirigentes, portugueses e espanhóis, juntos, em Miranda do Douro.

Pauliteiros de Miranda ajudam participantes a acertar o passo.
Pauliteiros de Miranda ajudam participantes a acertar o passo.

A Travessia arrancou ao som dos Pauliteiros de Miranda em ambiente medieval. Os Pauliteiros de Miranda (Associação Mirandanças) tomaram de assalto o multiusos da cidade e, para além de impressionarem os presentes com as suas típicas danças, tiveram ainda tempo para ensinar aos participantes alguns dos passos menos arriscados.

A abertura contou também com os “Parabéns” cantados ao CNE, em português e em espanhol, pelos cerca de 60 participantes ibéricos que estiveram presentes na edição de 2016 da Travessia. O momento foi marcado pelo bolo de aniversário em honra dos 93 anos do CNE e ainda pelas palavras que os coordenadores da atividade, Luís Mandim (Portugal) e Noemia Garcia (Espanha), dedicaram à associação.

Apesar da chuva o segundo dia arrancou com participantes bem-dispostos e motivados. As equipas partiram para o jogo de cidade que proporcionou a todos a oportunidade de ficarem a conhecer um pouco melhor a realidade local de Miranda do Douro.

Ao almoço realizou-se a cerimonia protocolar que contou com a presença de diferentes entidades externas como o Presidente da Junta de Freguesia de Miranda do Douro, José Carlos Macedo, representante do Comandante do Posto da GNR, Francisco Muga, representante da Associação Unitária dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Douro, Ulisses Firmino, e ainda do Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Artur Nunes. Estiveram ainda presentes na cerimonia o Chefe Nacional do CNE, Norberto Correia, o Presidente do Movimiento Scout Católico (MSC), Jesús María e ainda o Secretário Internacional do CNE, Joaquim Castro de Freitas, e a sua homóloga espanhola, Beatriz Lillo. Estas presenças institucionais devem-se ao facto de estar a decorrer, simultaneamente, a Cimeira Ibérica Restrita.

Durante a cerimonia, Joaquim Freitas aproveitou para, em jeito de agradecimento a todos os envolvidos, atribuir o Diploma de Mérito à Associação Unitária dos Bombeiros Voluntários e à Guarda Nacional Republicana de Miranda do Douro. Por todo o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos com o CNE foi também atribuída a Beatriz Lillo, Secretária Internacional do MSC, e também, pelo excelente acolhimento em Miranda do Douro, ao Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Artur Nunes, a medalha de agradecimento de 2ª classe – Prata do CNE.

Norberto Correia, no seu discurso, foi peremptório em sublinhar a importância deste tipo de atividades entre dirigentes de ambas as associações. “O escutismo baseia todo o seu êxito na generosidade dos seus dirigentes. É com eles que o CNE conta! A Travessia é uma oportunidade para dirigentes portugueses e espanhóis poderem aprender uns com os outros e trocarem experiências sobre como melhor servir os nossos irmãos mais novos”, Chefe Nacional do CNE, Norberto Correia.

Artur Nunes destacou a importância do Escutismo não só nesta atividade mas sobretudo enquanto um movimento que desenvolve atividades com jovens durante todo o ano. “Agradeço muito por terem vindo mas agradeço também pelo trabalho que fazem durante todo o ano”, Presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes.

Texto e Imagem de: Ana Isabel Silva. (in www.flordelis.pt, 28-05-2016)